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Ginecomastia

Denominamos ginecomastia (palavra de origem grega, que significa “mamas parecidas com as das mulheres”) o termo utilizado para designar o desenvolvimento excessivo (hipertrofia) da mama em homens. É uma condição muito comum, atingindo até 40% dos homens. A cada dez homens que procuram um cirurgião plástico, 3 apresentam ginecomastia.

Pode ocorrer em uma ou em ambas as mamas, sendo mais comum na adolescência a partir dos 13 anos, podendo persistir na vida adulta, originando muita inibição para a exibição do corpo em público. No geral, são pessoas que evitam tirar a camisa, ir à praia, etc.

A hipertrofia da mama masculina pode ser causado por 2 fatores principais: aumento da glândula mamária (ginecomastia verdadeira) ou excesso de gordura localizada (ginecomastia falsa). Em alguns casos ocorre a associação destes dois fatores (ginecomastia mista).

O desenvolvimento exagerado da mama masculina ocorre por uma quebra do equilíbrio hormonal que acontece a partir da puberdade, haja visto que, até a adolescência o crescimento das mamas é semelhante em ambos os sexos. A partir deste momento, ocorre o início da liberação de hormônios masculinos, causando a atrofia da glândula mamária no homem. No decorrer deste processo, pode ocorrer um aumento moderado das mamas, fato este normal, desde que haja uma regressão em um período de 2 a 3 anos.

Existem outras causas para ginecomastia, tais como: alcoolismo, uso de drogas (maconha, heroína, etc) e alguns tipos de medicamentos (corticóides, anabolizantes, alguns medicamentos para pressão alta, etc), dentre outras. Também é muito comum nos idosos, pela diminuição da produção de hormônios masculinos nesta fase da vida.

Indivíduos que realizaram muita atividade física (por exemplo: musculação) durante a vida podem apresentar um aumento normal do músculo peitoral, que produz um abaulamento na região superior da mama, que não deve ser confundido com a ginecomastia.

Em alguns casos a pessoa, ao perder peso apresenta, além do excesso de gordura e tecido glandular, também excesso de pele, sendo necessária a ressecção do seu excedente.

Ficha resumida

Idade recomendada: após os 16 anos, desde que as mamas não apresentem crescimento há 2 anos.

Anestesia: anestesia local com ou sem sedação, anestesia peridural ou anestesia geral, dependendo do tamanho.

Duração da cirurgia: entre 2 a 4 horas.

Permanência na clínica ou hospital: quando realizada com anestesia local, a alta é logo após o procedimento. Quando é utilizado outro tipo de anestesia, a alta é entre 4 horas a 1 dia após a cirurgia.

Cicatriz: na maioria dos casos, é na parte inferior da aréola. Quando é necessária lipoaspiração, existem pequenas cicatrizes nas laterais da mama. Em alguns casos é necessária uma cicatriz semelhante à de uma mamoplastia feminina.

Pré-operatório: Exames de laboratórios + Exames radiológicos (Ultrasom e/ou Mamografia, Raio X), + Avaliação mastológica ou endocrinológica se necessário + Avaliação cardiológica se necessário + Eletrocardiograma + Arquivo fotográfico

Pós-operatório: É indicada realização de drenagem linfática no total de 10 a 20 sessões. O uso de colete compressivo é indicado por 1 a 3 meses.

Tempo de recuperação: ver mamoplastia.

Como é feita?

Considerações Técnicas:

O objetivo destas observações sobre a correção de ginecomastia é apresentar de maneira clara e simplificada detalhes que seguramente estão lhe interessando no momento.

A correção poderá ser realizada a partir dos 16 anos de idade, desde que as mamas não apresentem crescimento há 2 anos. Nos pacientes que fazem uso de anabolizantes, a cirurgia somente poderá ser realizada 6 meses após o último ciclo, desde que o tamanho das mamas esteja estabilizado há 6 meses.

Classificação:

É de fundamental importância classificarmos qual tipo de ginecomastia o paciente apresenta, pois de acordo com esta classificação poderemos aplicar o tratamento cirúrgico mais adequado.

Existem 4 graus de ginecomastia, sendo eles:

Passos da cirurgia:

01. Se houver um aumento da glândula mamária: realiza-se uma incisão na borda inferior da aréola (periareolar – ver figura abaixo à esquerda), através da qual retiramos o excesso de tecido glandular (ver figura abaixo à direita). Não retiramos todo o tecido glandular, permanecendo ainda em torno de 1 a 2 cm de espessura de parênquima.

02. Se houver excesso de gordura: realiza-se uma lipoaspiração de toda a região anterior do tórax, para que diminuam possíveis irregularidades, conforme mostrado abaixo.

03. Nos casos onde há grande excesso de pele: realiza-se a ressecção deste excesso através de corte ao redor da aréola ou corte ampliado para fora da mama.

Cuidados Pré-operatórios

Com a intenção de esclarecer algumas dúvidas, queremos passar orientações que julgamos importantes sobre o período pré-operatório da cirurgia de correção de ginecomastia.

Período prévio à cirurgia

  • Discuta detalhadamente com o cirurgião o plano cirúrgico.
  • Escolha o tipo de incisão e da anestesia.
  • Sempre que houver algum impedimento para a realização da cirurgia já marcada avise imediatamente ao cirurgião ou a clínica.
  • Evite tomar aspirina ou qualquer remédio contendo ácido acetil salicílico (AAS, Aspirina, Melhoral, Somalgin, Alka-Seltzer, Cafiaspirina, Cibalena, Coristina, Doril, Engov, Migrane, Sinutab, Sonrisal, Superhist, Vasclin), vitamina E ou qualquer tipo de complexo vitamínico, medicação homeopática ou floral, pelo menos nas duas semanas que antecedem à cirurgia, pois poderão interferir no processo de coagulação e causar sangramentos. Isto inclui Arnica, Arruda, Babosa (Aloe Vera), Gingko-Biloba, Ginseng, Guaco, Alho, Gengibre, Buchinha, Erva de Bicho, Bromelaína, Kava Kava, Omega 3, Valeriana, Erva de São Jorge, Erva de São João, Mirra, Tinguaciba, Hiperico, Hipericão, Ibitipoca, Dong Quai, Ásaro, Angelica, Púrpura, Ephedra, Ma Huang, Matricária, Sulfato de Glucosamina (para artrite e osteoporose), Hidrates, Alcaçuz, Glicírriza, Saw Palmetto, Serenoa, Sabal, etc.
  • Evitar todo e qualquer medicamento para emagrecer, que eventualmente esteja fazendo uso, por um período de 90 dias do ato cirúrgico. Isto inclui também certos diuréticos.
  • Evite tomar ou usar substâncias tóxicas ou drogas nas duas semanas antecedentes a cirurgia.
  • Não fume nos 30 dias que antecedem a cirurgia e nos 30 dias pós-operatório, pois poderá haver retardo da cicatrização.
  • Providencie acompanhante para contato e para a alta da clínica ou hospital (nome e telefone).
  • Comunique ao médico se tiver episódio de erupção de qualquer tipo de herpes.
  • Não se exceda em exercícios físicos, alimentos e não tome bebidas alcoólicas.
  • Recomendamos usar roupa de algodão no dia da cirurgia.
  • Comunique qualquer sinal de resfriado, conjuntivite, herpes ou infecções de qualquer tipo que surgirem na semana anterior à cirurgia. Nestes casos, o procedimento cirúrgico deverá ser transferido até a resolução do processo infeccioso.

Cuidados Pós-operatórios

Com a intenção de esclarecer algumas dúvidas, queremos passar orientações que julgamos importantes sobre o período pós-operatório da cirurgia de correção de ginecomastia.

  • Mantenha repouso relativo nos 4 primeiros dias.
  • Evite movimentos com os braços.
  • Não tire a malha elástica ou molhe o curativo neste período.
  • Siga rigorosamente a prescrição médica.
  • Não dirija antes de 1 semanas.
  • A exposição ao sol pode ser feita após 90 dias gradativamente.
  • Os exercícios físicos moderados podem ser iniciados 30 a 45 dias após a cirurgia. O início de exercícios intensos é liberado de 60 a 90 dias após a cirurgia. 
  • Natação, vôlei e musculação após 90 dias.
  • Não utilize outros analgésicos além dos recomendados.

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Dúvidas frequentes

Sem dúvida, é a vergonha em expor o seu tórax em público. São pacientes que tem dificuldade em tirar a camisa em uma academia, na praia, etc.
Outro fator motivador é a preocupação com a possibilidade de câncer.

Na maioria dos casos, as cicatrizes são pequenas, e depois de algum tempo se tornam pouco aparentes, podendo também ser cobertas com os pelos da região. Normalmente se localiza na parte inferior da aréola.
As cicatrizes apresentam modificações ao longo do tempo e cada paciente comporta-se diferentemente do outro em relação à evolução das cicatrizes, podendo em vários casos tornar-se muito pouco visíveis. Certos pacientes podem apresentar tendência individual à cicatrização inestética, apresentando cicatriz hipertrófica ou queloide. Pessoas de pele clara tendem a desenvolver menos este tipo de cicatrização.
Vários recursos clínicos e cirúrgicos nos permitem melhorar cicatrizes inestéticas, na época adequada. A cicatriz hipertrófica ou queloide não devem ser confundidas com a evolução natural do período pós operatório inicial da cicatrização. Qualquer dúvida a respeito da evolução da cicatriz, deverá ser esclarecida durante seus retornos pós-operatórios, quando se pode fazer a avaliação da fase em que se encontra.

Certos pacientes apresentam tendência à cicatrização hipertrófica ou ao queloide. Esta tendência, deverá ser avaliada pelo seu médico, durante a consulta inicial, oportunidade em que lhe são feitas perguntas sobre sua vida clínica pregressa, bem como características de cicatrizes já existentes, que muito ajudam quanto ao prognóstico das cicatrizes. Pessoas de pele clara tem menor chance de sofrer desta complicação cicatricial.

Se você souber previamente a sua tendência para queloide, tratamento especializado será instituído de 24 a 72 horas a partir da cirurgia, entre outros recursos. Se esta manifestação se apresentar com a evolução da cirurgia, você estará sendo acompanhado no consultório, momento no qual tomaremos as medidas específicas necessárias para o caso.

Alguns pacientes podem ter uma tendência à cicatrização inestética (cicatriz hipertrófica e queloide). Esta tendência é maior conforme algumas características individuais e raciais. Assim, pessoas de pele clara tendem a desenvolver menos este tipo de cicatriz.

Existem várias formas de se tratar estas cicatrizes, desde que iniciadas na época adequada.

Não se pode confundir, entretanto, o período em que naturalmente a cicatriz se encontrar mais dura e espessada como sendo uma complicação cicatricial.

Não podemos considerar como final o resultado da cirurgia antes que se completem 12 meses de cirurgia.

A cirurgia plástica de redução das mamas não costuma evoluir com muita dor. Caso ocorra, é considerada normal desde que controlável com analgésicos comuns. Deve-se obedecer às instruções médicas, principalmente no que tange à movimentação dos braços nos primeiros dias.

Pode ocorrer uma alteração transitória da sensibilidade principalmente nos mamilos, que pode perdurar por algumas semanas. Em alguns casos estas alterações podem se tornar permanentes.

Normalmente esta cirurgia não está associada à ocorrência de complicações sérias, desde que respeitados certos critérios de risco. Mas como todo ato médico, apresenta um risco variável e a cirurgia plástica como parte da medicina não é exceção. Pode-se diminuir este risco preparando-se adequadamente cada paciente, mas não é possível eliminá-lo completamente. Por isso, temos todo o rigor no uso de medidas preventivas, tais como um check-up pré-operatório, dentre outras.

Anestesia geral, local com ou sem sedação ou peridural, dependendo do caso.

Geralmente entre 2 a 4 horas, podendo até ser maior em alguns casos.

Aparentemente este tempo é maior para quem aguarda do lado de fora do centro cirúrgico. Isto ocorre porque o tempo de cirurgia não corresponde ao tempo de permanência do paciente no Centro Cirúrgico, pois, esta permanência envolve também o período de preparação para a anestesia e de recuperação pós-operatória.

Em casos de anestesia local sem sedação, a alta é logo após o termino da cirurgia. Nos outros casos, a alta ocorre normalmente de 4 horas a 1 dia após o fim do procedimento.

São utilizados curativos especialmente adaptados a cada tipo de mama, que devem ser trocados diariamente. Nossa equipe capacitará o paciente para a realização desta tarefa. Nos casos em que forem utilizados drenos, normalmente estes são retirados até o 7odia.

A partir do 7º.dia poderemos iniciar a retirada dos pontos. Esta retirada deverá ser feita gradualmente até o final de 3 semanas.

Normalmente o banho completo, desde que assistido por outra pessoa capacitada, poderá ser tomado a partir do 2º ou 3º dia. Alguns casos poderão requerer cuidados adicionais sobre a área operada, como evitar o umedecimento desta região por mais tempo.

Sim. É uma faixa elástica de compressão para pós-operatório de ginecomastia, que dará mais firmeza e segurança aos seus movimentos e diminuirá a chance de formação de hematomas e inchaços.

Muitas são as fases que o corpo passa até que a cirurgia atinja seu objetivo. Até que se consiga o resultado pretendido, ocorrerão diversas mudanças na cicatriz, na forma das mamas, no inchaço, na sensibilidade, etc. Portanto, é normal que ocorra alguma preocupação no sentido de desejar atingir o resultado final antes do tempo previsto.

Toda preocupação de sua parte deverá nos ser transmitida, para que possamos tranquilizá-lo com os esclarecimentos necessários.

Alguns pacientes apresentam um curto período de depressão emocional nesta etapa, em decorrência destas alterações passageiras. Isto advém do desejo de se atingir o resultado final o quanto antes.

Lembre-se que nenhum resultado de cirurgia de correção de ginecomastia deverá ser considerado como final antes dos 12 meses.

Exercícios mais leves, com ou sem movimentação dos membros superiores, como caminhada, esteira, etc poderão ser iniciados entre 30 a 45 dias após a cirurgia. Musculação com os membros superiores somente a partir de 60 a 90 dias, que é o período de cicatrização de algumas estruturas profundas.

O que limita a capacidade de trabalho após uma correção de ginecomastia é a impossibilidade de fazer grandes esforços com o braço. Em qualquer atividade que o paciente for fazer, incluindo o seu trabalho, deve-se evitar esforços moderados com os braços até 30 a 45 dias de pós-operatório, podendo fazer pequenos esforços, como, por exemplo, carregar pequenos objetos e dirigir carro com direção hidráulica a partir de 7 a 15 dias. Após 15 dias, já é possível fazer esforços um pouco maiores, mas esta orientação vai ser padronizada de caso a caso. Dirigir moto e fazer esforços um pouco maiores somente após 30 a 45 dias de cirurgia. Grandes esforços somente estão liberados após 60 a 90 dias.

Normalmente a partir do 3º mês, mas dependerá do tipo de cicatrização e da tendência individual maior ou menor para coloração escura da cicatriz.

Geralmente pacientes acima de 16 anos de idade já podem fazer a cirurgia, desde que a mama já tenha estabilizado o seu tamanho há 2 anos.

Sim. Existem trabalhos científicos que mostram alterações psicológicas em boa parte dos jovens que apresentam ginecomastia.

Melhora do contorno corporal masculino, melhora na autoestima e nos relacionamentos interpessoais.

Não. Diversos estudos mostraram que não há uma maior incidência de câncer de mama nos homens que apresentam ginecomastia. No entanto, como os sintomas podem se confundir, é necessário excluir a possibilidade de câncer através de exames adequados.

A ginecomastia bilateral é bem mais comum que a unilateral.

Na maioria dos casos, não ocorre nenhum sintoma. Eventualmente, o paciente pode apresentar inchaço, dor e alteração na sensibilidade.

A cirurgia de correção de ginecomastia pode ser feita em homens saudáveis, emocionalmente estáveis, de qualquer idade. Os melhores candidatos para a cirurgia têm pele firme e elástica que irá se adaptar à nova forma do corpo.

Essa cirurgia deve ser desencorajada para homens obesos ou acima do peso e que não tentaram, primeiramente, corrigir o problema com exercício e perda de peso.

Indivíduos que ingerem bebidas alcóolicas em excesso e fazem uso de drogas não são considerados bons candidatos para a cirurgia. Essas drogas, junto com anabolizantes, podem causar a ginecomastia. Portanto, esses pacientes devem primeiramente parar de usar essas drogas para se tentar resolver o problema de enchimento das mamas, tornando assim desnecessária a cirurgia.

Quando uma cirurgia de redução de mamas masculinas é feita por um cirurgião plástico qualificado, as complicações são menos frequentes.

No entanto, como com qualquer cirurgia, os riscos existem. Esses riscos incluem infecção, machucados na pele, hematomas, reação adversa à anestesia, dentre outras.

O procedimento também pode resultar em cicatrizes perceptíveis, mudança permanente na pigmentação na área mamária, ou pequena diferença nas mamas ou nos mamilos. Os efeitos temporários da redução da mama incluem perda de sensibilidade ou dormência, que podem perdurar por um período variável de tempo.

Depois, haverá um período de endurecimento na área que poderá ser tratado com massagens. A normalização da elasticidade no local acontece entre 3 e 6 meses.

Apesar do resultado imediato e mediato ser satisfatórios, somente após o 12º mês é que as mamas poderão atingirão sua forma final.

Se você está ciente do que deseja, o cirurgião lhe expôs as limitações do seu caso e você decidiu se submeter ao procedimento, sem dúvida compensa. Entretanto, é importante levar em consideração o fato de que a cirurgia plástica de correção de ginecomastia não visa transformar você em outra pessoa. O que ocorre é uma melhora da aparência do tórax. O cirurgião plástico apenas melhorará esse território prejudicado pelos defeitos gerados pela doença.

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